segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dando o sangue

As religiões levam à última instância o provérbio que diz que "sangue é vida". Geralmente elas associam o sangue a sacrifícios que os "deuses" solicitam para aplacarem suas iras divinas contra os pobre e ignorantes humanos, que só tem uma saída: derramar sangue.
Os Astecas acreditavam tanto numa felicidade suprema noutra vida, que ao vencerem suas lutas eles queriam ser as oferendas aos deuses. Os Incas também tinham lá sua paixão por sacrifícios e matavam os derrotados, não somente para ofertá-los aos deuses raivosos (existe deus bondoso?), mas também para comê-los e assim adquirir suas características valiosas. Eles não conheciam genética.
Os judeus e conterrâneos ofertavam bois e ovelhas, até um deus resolver tirar onda com a cara de um fiel, e exigiu que ele sacrificasse o próprio filho. Como o homem entrou na onda, o menino só não foi degolado porque, na hora H, o deus resolveu aceitar apenas a dedicação daquele servo maluco.
E de gota em gota, o sangue foi escrevendo a história da humanidade e das religiões. Note-se que para se conseguir sangue é preciso de muita violência, afinal, ninguém tem prazer em doar sangue para sacrifícios.
E assim foi com Jesus, que hoje é usado com muita reverência nas igrejas que se encontram pelas esquinas. Todos vociferam: "Sangue de Cristo tem poder!". Devem ter suas razões para tal afirmação. Os adeptos da chamada magia negra também têm crença no poder do sangue, mas não no de Jesus, e sim em um que possa ser manipulado com mais facilidade: o de bode; o de galinha; o de porco...
Como vemos, desde os mais remotos registros da humanidade, o sangue vem fazendo parte do misticismo e das relações com o divino. Não esqueçamos de registrar o não menos famoso, Vampiro, que, apesar de não ser declarado ícone religioso, nada mais é que sua antítese, tanto que é combatido com uma singela cruz, essa sim símbolo máximo da religião cristã e marco da maior sanguinolência já cometida a um homem. O vampiro só vive se beber sangue, matando sua vítima. Não muito diferente dos ameríndios.
Se Cristo morreu na cruz por causa de todo o mundo, os muçulmanos preferem que cada um morra por si mesmo, e para pagar seus pecados. Matam e morrem como os astecas. Acreditam no que fazem, tal qual a verdade existente nas oferendas de encruzilhadas onde a vítima foi uma galinha ou um bode.
A isso tudo chamamos de hematofilia. O gosto por sangue é tão intrínseco ao homem que teve que ser divinificado para que pudesse ser glorificado. A necessidade que o homem tem de ver sangue e de saciar com ele se realiza através das religiões. Cada uma tem sua forma de considerar quem é bom ou ruim, qual o sangue que deve ser derramado e quanto dele é preciso.
Dá uma gotinha
?