quinta-feira, 5 de maio de 2011

Osamismo, Amém!


Diferentemente de Saddam Hussein, que foi capturado pelos soldados norte-americanos, julgado, condenado, enforcado e mostrado para todo o mundo, Osama Bin Laden foi dado como morto, mas não foi mostrado por medo de represálias, caso as imagens sejam divulgadas.
O corpo sumiu.
Muita gente duvida dessa morte, com certa razão, afinal, no amor e na guerra vale tudo. Uma mentirinha bem feita faz muita diferença.
Se existe o medo de incitar vinganças, caso as imagens sejam vistas, deve-se avaliar também o risco de não mostrar a morte em toda a sua realidade. O fanatismo poderá fazer com que aquele homem barbudo, vindo do Oriente Médio, torne-se a pedra fundamental para mais uma religião, assim como seus conterrâneos, mas não contemporâneos Maomé e Jesus Cristo.
Os ingredientes existem e não são nada suaves: em vida, lutava contra um mal, corporificado pelo ocidente; a caçada promovida pelos Estados Unidos por vários anos à sua cabeça; a sua morte anunciada repentinamente; e a falta do de cujus”; e o uso de alegações que não convencem muito, só pra citar as mais claras. Na verdade o que está sendo divulgado está causando mais desconfiança, do que crença. Está preparada a festa.
O que virá dessa interminável guerra entre o “bem” e o “mal”, fortemente estruturada entre diversas facções políticas e econômicas que querem o controle de alguns milhões de litros de petróleo, só deus sabe. E o que é mais grave: nem sabemos que deus é esse.
São tantos deuses que brigam por um espaço maior e por um poder maior nesse Olimpo, que faria inveja a Zeus e seus súditos divinos naqueles tempos mitológicos.
Dentro de alguns dias, quem sabe, não aparecerá alguém se dizendo o próprio Osama como enviado dos céus para salvar o seu povo do sofrimento causado pelo Ocidente. Ressuscitado, talvez. Mais um!
Já aconteceu algumas vezes, portanto, não é impossível acontecer de novo. Quanto a acreditar ou não, sabemos que tem sempre quem acredite no que aparece. Principalmente por lá, no Oriente Médio, que é a região onde mais surgiram religiões no mundo, berço do judaísmo, cristianismo, islamismo, sem contar com as religiões egípcias do tempo dos faraós que, em suas brigas com os judeus, nos tempos de Maomé, deram origem à páscoa.
Quem disse que o mundo estava chegando ao fim, pode acertar somente se estiver falando metaforicamente, afinal o palco está pronto para o que os historiadores chamam de “Idade Contemporânea” chegue ao fim. E seu fim foi anunciado quando Osama Bin Laden derrubou as torres gêmeas, em 2001.
Para quem não está por dentro dessas classificações, saiba que a Idade Antiga teve início quando acabou a Pré-História, há uns 6 mil anos. O marco dessa mudança foi o começo da civilização, quando o homem deixou de ser nômade e começou a construir seus instrumentos de trabalho. A Idade Antiga durou pouco mais de 4 mil anos, quando teve início a Idade Média, com a queda do Império Romano do Ocidente, no ano 476.
Quase mil anos depois, em 1453, iniciava-se a Idade Moderna, novo período na História que perduraria por 336 anos. Era a vez de cair o Império Romano do Oriente, quando Constantinopla foi tomada pelos muçulmanos. A Idade Moderna chegou ao fim na Revolução Francesa, que mudou os rumos do mundo com a “Fraternidade, Igualdade e Liberdade”. Começava em 1789 a Idade Contemporânea. De lá pra cá já se passaram 252. Se contarmos o ataque às torres gêmeas, são 242.
Como os períodos de tempo entre o início e o fim das Idades são cada vez menores, podemos entender o que estamos vivendo como um período de mudança. Os historiadores do futuro certamente vão usar como referência o ataque no início do milênio. Acho que o difícil vai ser dar um nome à nova classificação das idades.
Sugestões, por favor.      
      

domingo, 1 de maio de 2011

Bestificação dos fiéis




Costumo comentar alguns episódios acontecidos nas diversas instâncias religiosas mundo afora, por isso não posso deixar passar em branco essa beatificação de João Paulo II.
Morto há apenas 6 anos, o pontífice entra na reta para ser considerado santo, pulando algumas etapas do processo elaboradas pela própria Igreja, que é, por exemplo, a passagem de 5 anos para iniciar esse processo. Até aí, tudo bem, afinal, quem cuida da burocracia pode modificar os procedimentos sem atrapalhar nada, mas exumar o corpo...
Fico me perguntando por que tirar o caixão do sepulcro e incomodar o descanso eterno do Papa somente para que ele participe de sua própria beatificação?
Não vejo mais nenhum motivo além de uma jogada de marketing para a Igreja entrar na mídia de uma forma intensa e gratuita.
Com isso, milhares de fiéis vão aonde se expõe o caixão e alguns pertences de Karol Wojtyla numa manifestação mórbida como somente a Igreja consegue promover. Haja necrofilia.