quinta-feira, 17 de março de 2011

O planeta e seus movimentos


Há tempos que eu não tinha um motivo para escrever aqui e, de repente, veio um terromoto no Japão.
Milhares de fotos, videos e reportagens tomaram conta dos sites mundo afora. Embaixo da maioria dessas repostagens, a possibilidade de comentar... 
Ah, como o povo gosta de comentar. E tome baboseira: "Isso é o sinal que Jesus está voltando", "Deus está se vingando dos homens que destroem a natureza", "É o fim dos tempos"... Tantas besteiras, que eu me recuso a transcrevê-las.
Não tenho nada contra Deus e suas arbitrariedades, mas querer colocar a responsabilidade dessas manifestações naturais do planeta nas costas divinas... É demais.
Há milhões de anos - portanto, antes dos primeiros ancestrais dos japoneses pensarem em viver - aquele pedaço de terra é instável e sujeito a sacudidelas geológicas. O movimento das águas é consequência, e todo mundo sabe. Os japoneses, mais ainda. Tanto é que é deles a denominação: TSUNAMI. Aqui virou banda de brega. 
Quem não se lembra dos inúmeros filmes de supereróis nipônicos: Ultraman, Spectraman, National Kid, Jaspion, Power Rangers e outros tantos que lutavam contra inimigos espaciais e abissais que causavam terremotos e ondas gigantes? E Godzilla?
Isso faz parte da cultura deles assim como o Saci e as secas do sertão nordestino fazem parte da nossa.
E Deus não se mete nisso. O planeta Terra segue seu caminho lento de esfriamento do magma, e nada pode impedir o que vem por aí. 
A Califórnia está esperando o "Big One" há dezenas de anos. E um dia ele vai chegar. Talvez daqui a muito tempo, para nós, pobres mortais, que achamos 100 anos, um período de tempo longo. O planeta vive numa escala um pouquinho diferente. Nessa escala 100.000 anos é um piscar de olhos.